Economia atravessa ressaca que precede a retomada, que deve vir em meados de 2023, afirma economista-chefe da XP

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Os efeitos da crise pandêmica na economia brasileira são muito semelhantes aos vividos pelas demais nações do mundo e devem perdurar até o final do primeiro semestre de 2023, quando começam a arrefecer, afirma o economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, que esteve em Goiânia nesta semana para uma palestra para empresários, investidores e dirigentes classistas a convite do Fórum de Entidades Empresariais (FEE). Durante sua explanação, Megale classificou de “ressaca” o atual estágio da crise e disse que o mundo, incluindo o Brasil, volta à rota do crescimento sustentado a partir de meados do ano que vem.

Megale disse que a alta da inflação é a consequência mais preocupante da crise no caso do Brasil, mas ponderou que “tem muito pouco de verde-amarelo na curva” da elevação dos preços no país. O economista disse que Estados Unidos e União Europeia também se assustaram com a reação dos preços e que também lá houve impacto no Produto Interno Bruto (PIB) e perdas adicionais em bolsas de valores. “A bolsa norte-americana teve em 2022 o pior primeiro semestre desde 1938”, afirmou Megale, citando ainda alta abrupta da inflação no Reino Unido nos próprios Estados Unidos.

O economista-chefe da XP disse que o banco projeta inflação anualizada entre 5% e 5,5% e taxa básica de juros em 9,5% para junho de 2023. “O cenário atual é tranquilo? Não, mas o Brasil tem números que nos colocam diante de um horizonte de recuperação com o restante do mundo a partir da metade do ano que vem”, afirmou Megale. Entre os fatores positivos para a economia nacional ele destacou o crescimento sustentado do emprego, os efeitos ainda presentes da volta do mercado à normalidade – “parte importante das atividades ainda está se restabelecendo”, disse – e a alta dos preços agrícolas.

Caio Megale fez sua explanação durante o painel Cenário Econômico do Brasil em 2022, promovido pelas entidades do FEE com contribuição para a discussão de ideias e propostas para Goiás e Brasil por ocasião das eleições gerais deste ano. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), que integra a Confederação Nacional do Comércio (CNI), presidida por José Roberto Tadros, é membro do Fórum Empresarial.

O economista-chefe da XP tem extenso currículo nos setores público e privado. Foi secretário de Desenvolvimento da Indústria e Comércio e diretor de Programas no Ministério da Economia, entre 2019 e 2020. Antes, foi secretário municipal da Fazenda de São Paulo, de janeiro de 2017 a dezembro de 2018. No mesmo período, foi vice-presidente da Associação Brasileira de Secretários de Finanças das Capitais (ABRASF). Entre 2011 e 2016, foi associado do Itaú Unibanco e um dos responsáveis pela equipe de economistas da instituição bancária. Tem artigos publicados nos principais jornais do País, sendo graduado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e com mestrado na PUC-Rio. Sua dissertação de mestrado venceu o Prêmio BNDES, em 2005.

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