Em reunião realizada na Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO) nesta sexta-feira (24), sobre a revitalização do Centro de Goiânia ficou definido que vai ocorrer, na segunda semana de março, uma oficina de trabalho para dar encaminhamento aos temas levantados no encontro de hoje.
O presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio-GO), José Evaristo dos Santos, abriu a reunião afirmando que o Centro de Goiânia está cada vez mais esvaziado. “Enquanto na década de 1960 era o ponto mais caro da cidade, hoje os empresários não querem nem de graça. A informalidade cresceu significativamente, os comerciantes além de pagarem inúmeros impostos têm que lidar com camelôs e a insegurança que assola a região”, acrescentou. Evaristo disse ainda que é preciso rever os projetos arquitetônicos da cidade, modernizar, ter regras, mas também incentivar quem cuida do patrimônio, ao invés de multar aleatoriamente.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Óptica, Jóias, Relógios, Cine-Foto e Bijouterias no Estado de Goiás (Sindióptica-GO), Leandro Fleury Rosa, quis saber dos vários projetos que o setor produtivo goianiense já apresentou para a prefeitura e não teve respostas. Ele relatou que o Centro hoje é um local de subempregos. “O Centro de Goiânia virou uma ramificação do Paraguai e da China, precisamos mudar isso. E acredito que o nosso papel não é apenas criticar, mas apresentar soluções”, relatou.
Já o presidente do Sindicato do Comércio Varejista no Estado de Goiás (Sindilojas-GO), José Carlos Palma Ribeiro, disse que é preciso resgatar o Centro, região onde Goiânia nasceu e tem muitas coisas boas para oferecer. “O Centro representa o comércio de rua de Goiânia e tem um acervo cultural forte, mas pouco explorado. Precisamos nos apropriar disso”, refletiu.
O superintendente de executivo de Assuntos Metropolitanos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Cidades, Infraestrutura e Assuntos Metropolitanos (Secima), Marcelo Safadi explicou que não é tarefa simples resolver as questões de uma cidade que já virou metrópole. Mas que Estado e prefeitura estão comprometidas em melhorar um dos eixos de Goiânia que é a região Central.
O superintendente de Planejamento Urbano e Gestão Sustentável da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (SEPLANH), Henrique Alves Luiz Pereira, argumentou que 2017 é o ano da mobilização para melhorar o Centro pelas seguintes razões: haverá revisão do plano diretor, há uma sincronia na relação entre entes federativos, no caso, Estado e município, e a necessidade de ter respostas rápidas para atender os anseios da população.
Oficina
O presidente do Sindilojas-GO, sugeriu três eixos para serem trabalhados na oficina que será realizada em março. Primeiro, a necessidade de tornar a região Central mais competitiva, valorizar financeiramente quem está preservando o patrimônio histórico da cidade, que está se perdendo e, por fim, definir que tipo de intervenção é preciso fazer para atrair novos moradores.
Safadi anunciou que já está sendo feito um estudo tendo por base os projetos feitos para o Centro, que não deram certo, para a partir daí propor soluções mais assertivas. O presidente do Sindióptica-GO defendeu que pequenas intervenções já fazem a diferença e resolvem muita coisa em curto prazo, como fiscalizar prédios condenados, retirar os ambulantes das ruas, limpar fachadas e fiscalizar os estacionamentos incorretos. José Evaristo disse também que é preciso melhorar a máquina administrativa para que as demandas sejam solucionadas mais rapidamente.